O Rio de Janeiro já vivia um raro momento de florescimento artístico, como poucas vezes se viu na história da cultura nacional. Não é à toa que os anos 50 são conhecidos como os "Anos Dourados". O Brasil vivia então um período de crescimento econômico que acabou se refletindo em todas as áreas. Em 1956, Juscelino Kubitschek tomou posse na Presidência da República com o slogan desenvolvimentista "50 anos em 5" .
A palavra "bossa" era um termo da gíria carioca que, no fim dos anos 50, significava jeito,maneira. Quando alguém fazia algo de modo diferente, original, de maneira fácil e simples, dizia-se que esse alguém tinha "bossa". E a expressão "Bossa Nova" surgiu em oposição a tudo o que um grupo de jovens achava superado, velho, arcaico, antigo.
Não é somente a originalidade rítmica a responsável pela definição da Bossa Nova. Ela incorpora diversos aspectos da linguagem do jazz, especialmente do be-bop (de concepção mais elaborada do que o jazz tradicional) e do cool jazz (cujos intérpretes eram músicos que tinham conhecimento técnico apurado, e que usavam um estilo contido e anticontrastante nas suas performances).
O movimento também teve seus detratores. Antônio Maria, autor de sambas-canções como Ninguém me ama, foi um dos primeiros. Nenhum teve a virulência do crítico musical José Ramos Tinhorão, para quem a Bossa Nova nunca passou de "uma montagem da música norte-americana, uma adaptação servil do cool jazz".
Consagrada internacionalmente, tendo superado todas as discussões entre apreciadores entusiasmados e críticos ferozes, a Bossa Nova conquistou a sua identidade. "Garota de Ipanema", de Tom e Vinícius, e "Wave", de Tom Jobim, estão entre as músicas mais gravadas no planeta.
DICK FARNEY - "Jazz" (1961)
1. Swanee River
2. These Foolish Things
3. RGE Blues
4. Improviso Nº 1
5. Georgia On My Mind
6. Tangerine
7. Improviso Nº 2
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JOHNNY ALF - "Rapaz de Bem" (1961)
1. Rapaz de Bem
2. Escuta
3. Feiticaria
4. Fuga
5. Tema sem Palavras
6. Penso em Voce
7. O Que e Amar
8. Fim de Semana em Eldorado
9. Que Vou Dizer Eu
10. Ilusao a Toa
11. Tudo Distante de Mim
12. Vem
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A palavra "bossa" era um termo da gíria carioca que, no fim dos anos 50, significava jeito,maneira. Quando alguém fazia algo de modo diferente, original, de maneira fácil e simples, dizia-se que esse alguém tinha "bossa". E a expressão "Bossa Nova" surgiu em oposição a tudo o que um grupo de jovens achava superado, velho, arcaico, antigo.
Não é somente a originalidade rítmica a responsável pela definição da Bossa Nova. Ela incorpora diversos aspectos da linguagem do jazz, especialmente do be-bop (de concepção mais elaborada do que o jazz tradicional) e do cool jazz (cujos intérpretes eram músicos que tinham conhecimento técnico apurado, e que usavam um estilo contido e anticontrastante nas suas performances).
O movimento também teve seus detratores. Antônio Maria, autor de sambas-canções como Ninguém me ama, foi um dos primeiros. Nenhum teve a virulência do crítico musical José Ramos Tinhorão, para quem a Bossa Nova nunca passou de "uma montagem da música norte-americana, uma adaptação servil do cool jazz".
Consagrada internacionalmente, tendo superado todas as discussões entre apreciadores entusiasmados e críticos ferozes, a Bossa Nova conquistou a sua identidade. "Garota de Ipanema", de Tom e Vinícius, e "Wave", de Tom Jobim, estão entre as músicas mais gravadas no planeta.
Dick Farney, nome artístico de Farnésio Dutra da Silva, chegou a ser apelidado de "O Frank Sinatra brasileiro", tal a qualidade de sua voz. Logo após o lançamento de Copacabana, Dick, um apaixonado pela música americana, especialmente por Sinatra, Mel Tormé e Dick Haymes, embarcou para os Estados Unidos a fim de tentar a carreira por lá, cantando também em inglês. No verão de 1949, foi fundado na Rua Dr. Moura Brito, na Tijuca, o primeiro fã-clube do Brasil: o "Sinatra-Farney Fã-Clube", do qual faziam parte nomes como Johnny Alf, João Donato e Paulo Moura.
Voltando para os Estados Unidos, Dick tornou-se amigo de um dos mais conhecidos instrumentistas do jazz e uma de suas principais influências no piano: Dave Brubeck.
Na década de 50, já amigo de diversos músicos americanos e com respeitado conceito entre eles, Dick Farney tocava no Peacock Alley, um requintado bar do Hotel Waldorf Astoria, em Nova York. Como os frequentadores do bar em sua maioria não falavam português, Dick apresentava a música Copacabana com uma versão em inglês.
Numa viagem ao Rio, em 1958, Dick deu um memorável concerto de jazz no auditório do jornal O Globo, apresentando-se com o baixista Xu Viana e o baterista Rubinho. Entre os temas de jazz, tocou sua versão de Copacabana com a letra em português e inglês, o que foi o sucesso da noite. O concerto foi gravado ao vivo e virou um LP no qual curiosamente a faixa "Copacabana" não se encontra. Dick Farney foi um dos primeiros cantores a procurar uma nova maneira de interpretar o samba. "Por que não existe um samba que a gente possa cantarolar no ouvido da namorada?", perguntava ele.
1. Swanee River
2. These Foolish Things
3. RGE Blues
4. Improviso Nº 1
5. Georgia On My Mind
6. Tangerine
7. Improviso Nº 2
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JOHNNY ALF - "Rapaz de Bem" (1961)
Alfredo José da Silva, o grande Johnny Alf, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de Maio de 1929. Começou a aprender piano clássico aos nove anos, com Geni Borges, amiga da família, logo demonstrando interesse por compositores do cinema norte-americano, como George Gershwin e Cole Porter. Por sugestão de uma amiga norte-americana, adotou o pseudônimo de Johnny Alf, quando de sua apresentação no programa de jazz de Paulo Santos, na Radio MEC .
Com o grupo do Instituto Brasil-Estados Unidos fundou um clube para promoção e intercâmbio de musica brasileira e norte-americana, que realizava sessões semanais para analisar orquestrações, solos, além de apresentar filmes, shows, concertos de jazz, entre outras atividades. Quando Dick Farney, já profissional e recém-chegado dos EUA, ingressou no grupo em 1949, o clube passou a chamar-se Sinatra-Farney Fan Club, tendo entre seus sócios Tom Jobim, Nora Ney e Luís Bonfá, entre outros.
Em 1961 gravou na RCA seu primeiro LP, "Rapaz de Bem", que incluía, entre outras, "Ilusão à Toa", que se tornou um grande êxito. Ainda nesse ano, recebeu convite do compositor Chico Feitosa para tocar no Carnegie Hall, em New York, EUA, mas não viajou, permanecendo em São Paulo. No ano seguinte, retornou ao Rio de Janeiro, tocando no Bottle’s Bar, na mesma época em que ali atuavam o Tamba Trio, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas e Silvia Teles.
1. Rapaz de Bem
2. Escuta
3. Feiticaria
4. Fuga
5. Tema sem Palavras
6. Penso em Voce
7. O Que e Amar
8. Fim de Semana em Eldorado
9. Que Vou Dizer Eu
10. Ilusao a Toa
11. Tudo Distante de Mim
12. Vem
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