sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

BIOGRAFIA - RAGE AGAINST THE MACHINE (1991-2000)

O INÍCIO

O Rage Against the Machine foi um dos grupos mais influentes e polêmicos dos anos 90. Era uma banda que demonstrava, através de letras e atitudes, sua revolta e luta por ideais políticos. Eles sempre lutaram contra a censura, a favor da liberdade e em prol dos menos favorecidos. Misturando hip-hop com o hardcore, incendiava a todos que a ouviam. Sua história começou em torno de 1991, mas, para ser melhor entendida, é preciso que se conheçam seus integrantes e suas histórias.


Zach de La Rocha - Vocal

Sua mãe era doutora em Antropologia, e seu pai era um artista de um grupo político que fazia exposições com fotos e a história de agricultores mexicanos.Foi morar somente com sua mãe, em Irvine, uma das cidades com maior número de brancos do sul da Califórnia. Isso foi um grande choque para Zack, pois ele perdeu contato com a comunidade latina e estava numa cidade onde os mexicanos só serviam para trabalhar para os brancos. "Eu morava em Irvine, porém nunca me senti totalmente aceito como um desses garotos brancos e ricos de subúrbio. Eu nunca tive problemas econômicos como muitos dos meus irmãos e irmãs chicanos, mas eu sentia a tensão e a rejeição - e então foi quando eu comecei com o hip hop".
Zack formou o grupo "Inside Out", que lançou um CD e depois acabou.


Tim Commerford - Baixo

Conheceu Zack na escola, quando Tim cursava a 6ª série, e Zack, a 5ª. Foi Zack quem levou Tim ao baixo e à música.Ele tem ódio da polícia pela maneira com que ela trata as pessoas. Curiosamente, Tim muda de sobrenome a cada álbum (Timmy C, Tim Bob, Simmering T, Y Tim K, Tim Bob).


Tom Morello - Guitarra, backing vocal

Já Tom Morello é sem dúvida um dos maiores guitarristas que já existiu. Ele nasceu em 1964 em Nova York. Sua mãe é a membro-fundadora do grupo "Parents for Rock & Rap" (Pais pelo Rock & Rap), organização anti-censura. Seu pai era membro do "Exército de Guerrilha Mau Mau", que libertou o Kenya do comando britânico.
Tom foi para Harvard, e se graduou com honras em Sociologia. Durante a universidade, ele praticava pelo menos de 2 a 4 horas por dia de guitarra. Enquanto seus amigos saíram de Harvard para serem médicos e advogados, ele foi para Los Angeles, considerado o lugar para quem queria rock.
Morello tocou em diversas bandas, que não tiveram sucesso. Ele passou a dar aulas de guitarra para se sustentar, e depois aceitou emprego de secretário de um senador da Califórnia. Ele foi demitido quando uma mulher ligou para o escritório reclamando que "pessoas de cor" estavam se mudando para a vizinhança dela. Ele disse que o problema não era os novos vizinhos, mas o fato de ela ser racista. Ele conheceu Zack num bar de rap.

Brad Wilk - Bateria

Nasceu em Portland, Oregon, em 1968. Ele morou em Chicago por algum tempo antes de ir para a Califórnia. Ele estava na banda principalmente pela música e nem tanto pela política como os outros membros. Brad é provavelmente o músico mais completo da banda.


1992
Estava completo o line-up do Rage Against the Machine. O interessante é eles já começaram com a idéia politicamente correta de não desperdício: "Rage Against the Machine".No fim de 1992, o Rage Against the Machine fez uma turnê por toda a Europa abrindo shows para o Suicidal Tendancies. Quando a turnê acabou, eles lançaram o primeiro álbum, também chamado "Rage Against the Machine", em 10 de novembro de 1992. O disco vendeu mais de 1 milhão de cópias e esteve no Top 200 da Billboard por 89 semanas. O álbum inclui, entre outras músicas, a famosa "Killing In The Name", que é um protesto ao militarismo norte-americano.
Em decorrência das suas atitudes e letras, o Rage foi censurado e proibido de fazer shows em muitos estados americanos. Mas a censura também fez a banda crescer, pois ela encarou e lutou contra ela com grandes protestos.



1993

O Rage fez shows beneficentes à Anti-Nazi League e ao Rock for Choice. No Lollapalooza III, dessa vez no palco principal, o Rage subiu e não tocou, fez apenas um protesto anti-censura contra a PMRC (Parents Music Resource Center), no qual cada membro da banda ficou de pé, nu, por cerca de 15 minutos, cada um com uma fita preta na boca e as letras P (Tim), M (Zack), R (Brad), e C (Tom) escritas no peito.


Eles disseram: "Se não tomarmos ação contra a censura, logo não teremos direito de ver mais bandas como o Rage!"O clip de "Freedom" foi premiado no "120 Minutes" da MTV. O video contém imagens de shows, cenas do documentário "Incident at Oglala" e textos do livro de Peter Matthiesen "In the Spirit of Crazy Horse".


1994

Em fevereiro de 1994, esse mesmo clip foi o nº1 nos EUA. Logo adiante naquele ano, mais dois shows beneficientes. O primeiro foi organizado pelo próprio Rage e se chamava "For the Freedom of Leonard Peltier" (Pela Liberdade de Leonard Peltier). Esses shows foram na Califórnia e contavam com outras bandas, como Cypress Hill e os Beastie Boys. O segundo show foi o "Latinpalooza", para o benefício de Leonard Peltier e para a United Workers e Los Ninõs.


1995

Com a agenda lotada, a banda ficou sem tempo para parar e conversar, e houve boatos de que o grupo iria terminar. Foi quando eles resolveram se mudar para Atlanta e começaram a morar juntos. Tentaram gravar um novo disco, mas acharam que não ia ficar bom. Voltaram então para Los Angeles e começaram, de vez, a trabalhar na gravação do segundo disco.


1996

Em 16 de abril de 1996, o esperado segundo disco foi lançado. "Evil Empire" entrou direto no Top 200 da Billboard na 1ª posição. O álbum faz crítica ao governo corrupto de Ronald Reagan e a relação dos USA com a URSS. Ele tem músicas como Bulls On Parade, People of the Sun, Vietnow, Revolver, Roll Right e Tire Me (que ganhou prêmio de melhor melhor performance de metal no Grammy Awards). Em julho, o Rage começou uma turnê pelos EUA que durou até outubro.


1997

Em dezembro de 1997, Tom Morello pôde ser visto no meio das 33 pessoas presas por obstruírem um lugar de negócios em um protesto contra a "Guess?", marca de jeans. "Nós somos contra eles, porque eles tiram proveito dos trabalhadores em Calcutá e nos EUA (Los Angeles, New York City, e Bay Area). É trabalho escravo. E eles esperam que as pessoas que leiam isso não se importem. Eles acham que a moda é mais importante e nada mais importa, e então aquela exploração brutal daqueles trabalhadores não os importa. Nós estamos dizendo que eles estão errados.", disse Tom.


1998

No início de 1998, o Rage Against the Machine gravou "No Shelter", parte da trilha sonora do filme Godzilla. No meio do ano, a banda começou a ensaiar para o disco "The Battle of Los Angeles".


1999

Em janeiro de 1999 a banda organizou um show beneficente para Mumia Abu-Jamal. O show atraiu muita atenção, apesar de alguns imprevistos. Mas no final tudo correu bem e as apresentações das bandas Black Star, Bad Religion e os Beastie Boys aconteceram. Em Genebra, Suíça, em 12 de abril, Zack se manifestou ante às Nações Unidas no caso de Mumia Abu-Jamal e da pena de morte nos EUA. O Rage então tocou no Tibetan Freedom Concert e Woodstock 99. No Woodstock, o grupo queimou a bandeira americana no palco novamente, enquanto tocavam Killing In The Name.



O FIM

No dia 18 de outubro de 2000, o vocalista Zack de la Rocha declarou oficialmente que estava deixando a banda. "Sinto que é necessário abandonar o Rage, pois não estávamos mais conseguindo tomar decisões conjuntas", disse ele à imprensa. "Não estamos mais funcionando juntos como um grupo, e eu acredito que a situação está destruindo nossos ideais políticos e artísticos. Estou muito orgulhoso de nosso trabalho, como ativistas e como músicos, assim como estou grato a cada pessoa que expressou solidariedade e dividiu essa incrível experiência conosco".

Há quem diga que uma das razões da saída de Zack foi o fato ocorrido no mês anterior no VMA, quando Tim Commerford escalou uma estrutura do palco e teve que ser retirado do Radio City Music Hall pela segurança. Ele fez isso em protesto ao fato da banda Limp Bizkit ter ganhado o prêmio de banda de rock de ano.


Pessoas próximas à banda disseram que esse incidente deixou Zack bravo - tanto que ele acabou indo embora do Radio City Music Hall depois. Isso pode ter arranhado sua relação com a banda. Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk disseram à imprensa: "Estamos orgulhosos da nossa história e do que fizemos musical e politicamente nos últimos nove anos. Estamos comprometidos em continuar com nossa tentativa de mudar o cenário político e social, e procurar criar mais boas músicas para nossos fãs." Ao menos aos olhos da imprensa a banda se separou de maneira amigável.


Zack passou a se dedicar à carreira solo, e os demais integrantes se juntaram a Chris Cornell, vocalista do Soundgarden, e formaram o Audioslave, que lançou o primeiro CD em novembro de 2002. No ano seguinte, sai o disco "Live at the Grand Olympic Auditorium", que contém uma apresentação ao vivo do Rage Against the Machine.


Discografia :

Rage Against the Machine - 1992 (Epic)
Evil Empire - 1996 (Epic)
The Battle of Los Angeles - 1999 (Epic)
Renegades - 2000 (Epic)
Live at the Grand Olympic Auditorium - 2003 (Epic)

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