terça-feira, 4 de março de 2008

SAMBA

ADONIRAN BARBOSA - 1974

Adoniran (pseudônimo de João Rubinato, 1910-1982) compôs a crônica sonora do Brás, do Bixiga, da Mooca, de Jaçanã, da Vila Esperança, dos morros do Piolho e da Casa Verde, da colônia italiana espalhada pela megalópole. Ressalta com bom-humor o cotidiano dos personagens da cidade, sobretudo os mais pobres, e aproveita para zombar docemente do vernáculo. Ernesto é Arnesto; nós fomos é nós fumo; raiva é reiva; tiro ao alvo é tiro ao álvaro e por aí vai. Cada táubua de sua verve é esculpida com ironia e encantamento.
O ex-balconista, metalúrgico, encanador e mascate, que entrou para o rádio num misto de perseverança e teimosia ("nasci querendo fazer samba" – diz), aparece na cena do samba como um homem de hábitos comoventemente singelos – e verve impagável.
Sinônimo de samba paulista, Adoniran Barbosa está para o estilo como Luiz Gonzaga para o baião ou Pixinguinha para o choro. Sua identificação com a cidade é tanta que não nos dá a impressão de que clássicos como "Trem das Onze" e "Saudosa Maloca" dizem tanto sobre São Paulo quanto as canções de Dorival Caymmi sobre a Bahia e as de Tom Jobim sobre o Rio.

1. Abrigo de vagabundo
2. Bom dia tristeza
3. As mariposas
4. Saudosa maloca
5. Iracema
6. Já fui uma brasa
7. Trem das onze
8. Prova de carinho
9. Acende o candieiro
10. Apaga o fogo Mané
11. Véspera de natal
12. Deus te abençoe
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CARTOLA - 1976

Angenor de Oliveira (1908-1980), o mestre Cartola, é considerado por músicos como Nelson Cavaquinho e Paulinho da Viola como maior sambista de todos os tempos. Cartola não só o fundou a escola de samba Estação Primeira de Mangueira, como lhe deu nome e as cores verde e rosa (para quem dizia que as cores não combinavam, ele respondia : "Ora, o verde representa a esperança, o rosa representa o amor, como o amor pode não combinar com a esperança?"). Muito gravado pelos grandes cantores da década de 30, ele desapareceu e somente no final década de 50 foi encontrado pelo cronista Sérgio Porto trabalhando como lavador de carros.
Cartola é a prova da natureza surpreendente do verdadeiro talento. Fez somente o primário e jamais conseguiu se integrar à estrutura de trabalho e somente aos 65 anos conseguiu gravar seu primeiro disco. Apesar do sucesso de seus sambas, Cartola morreu pobre, morando numa casa doada pela prefeitura do Rio de Janeiro, em 30 de novembro de 1980.
Seus dois primeiros discos gravados por Marcus Pereira são marcos da música brasileira e obrigatórios na discoteca de qualquer um que goste samba.

1. O Mundo é um Moínho
2. Minha
3. Sala de Recepção
4. Não Posso Viver Sem Ela
5. Preciso Me Encontrar
6. Peito Vazio
7. Aconteceu
8. As Rosas Não Falam
9. Sei Chorar
10. Ensaboa Mulata
11. Senhora Tentação
12. Cordas de Aço
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