quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

SOUNDTRACK

JUDGMENT NIGHT - "Music From The Motion Picture"

Pra fechar o mês de Janeiro com chave de ouro e uma nova sessão musical no Noise...
Trilha sonora lançada em 93 do filme estrelado por Emilio Estevez e Cuba Gooding Jr.Na verdade conheci o filme por causa de um clipe. Na época os agudos guturais de Mike Patton e o som pesado do Boo Ya Tribe pareciam um conto do Stephen King. O vocalista do Faith No More se esguelou pra berrar daquele jeito, com um desespero único, e as imagens dos caras gigantes da banda de rap só deixaram a edição do clipe com um, desculpe o trocadilho, peso inacreditável.
E a curiosidade aguçou...
Comprei a trilha sonora antes de ver o filme. Helmet/House of Pain, Sonic Youth/Cypress Hill, entre outros. Sobra até pro Teenage Funclub e pro Pearl Jam.
Disco único. E essencial.

1. Just Another Victim (Helmet/House Of Pain)
2. Fallin' (Teenage Fanclub/ De La Soul )
3. Me, Myself & My Microphone (Living Colour,/Run D.M.C.)
4. Judgment Night (Biohazard/Onyx)
5. Disorder (Slayer/Ice T)
6. Another Body Murdered (Faith No More/Boo-Yaa T.R.I.B.E.)
7. I Love You Mary Jane (Sonic Youth/Cypress Hill)
8. Freak Momma (Mudhoney/Sir Mix-A-Lot)
9. Missing Link (Dinoasur Jr./Del The Funky Homosapien)
10. Come And Die (Therapy?/Fatal)
11. Real Thing (Pearl Jam/Cypress Hill)
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

LOUNGE/CHILL - OUT

BUDDHA LOUNGE VOL. 4

Bem-vindo ao relaxamento....Os irmãos DJ's Gordon (Cafe de Luna, Tara Hotel) apresentam o crème de la crème do chill-out/lounge de todo o mundo.
Música sofisticada e impecável mistura étnica de sons e vozes (árabes e indianos) com o electro.
Enjoy...

1. Cape Porcupine - Achillea
2. Why - TYA
3. One And Twain - Ginkgo Garden
4. Samah - Nasser Kilada
5. Touche’ (Sutra Edit) - TAU
6. Bhajya Sahita - Hands Upon Black Earth
7. Empowered (Club Remix) - David & Steve Gordon
8. Northern Lights - Stella Maris
9. Mangoville - David Gordon
10. In For The Night (Buddha Edit) - The Moontrane Conductors
11. Descent to the Lowerworld - David & Steve Gordon
12. Hamana Nale (Lotus Mix) - One At Last
13. Sky Walk - Althea W.
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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

MANGUE BEAT

LOS SEBOZOS POSTIZOS - "Ao Vivo em São Paulo" (2005)

É um projeto formado por integrantes da Nação Zumbi e do Mundo Livre S/A : Jorge Du Peixe, Lúcio Maia, Pupilo, Dengue (vocal, guitarra, bateria e baixo da NZ), em ação conjunta com Bactéria (tecladista do Mundo Livre S/A) e o percussionista Da Lua.
Apresentam-se periodicamente com sua "Noites do Bem", em que tocam versões para músicas de Jorge Ben.
Este disco foi gravado em uma apresentação da primeira edição paulistana da "Noites do Bem" na chopperia do Sesc Pompéia, nos dias 30 e 31 de julho de 2005.
Este escriba esteve presente, e posso garantir : foi um showzaço !

1. Zumbi
2. A Jovem Samba
3. Nascimento de um Príncipe Africano
4. O Homem da Gravata Florida
5. Vou Andando
6. Quero Esquecer Você
7. Cinco Minutos
8. Umbabarauma (Ponta-de-lança Africano)
9. Pula Baú
10. A Tamba Rosa (Mas que Nada)
11. Comanche
12. Domingas
13. Olha o Menino
14. Rosa, Menina Rosa
15. Por causa de Você, Menina
16. Gimbo
17. Toda Colorida
18. Brother
19. O telefone Tocou Novamente
20. Tomorrow Never Knows
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MUNDO LIVRE S.A. - "Samba Esquema Noise" (1994)

Primeiro disco do Mundo Livre, com mistura de samba, guitarras pesadas e samplers, sendo o título uma referência ao disco de Jorge Ben "Samba esquema novo" de 1963.
Este é um dos discos de fundamental importância para se compreender o que foi o movimento mangue beat e também o rock brasileiro da década de 90.
Para o líder do Mundo Livre Fred 04 (voz, cavaco e guitarra), ainda é possível enxergar influências de "Samba Esquema Noise" na música pop e no rock brasileiro feito hoje (opinião que, sem dúvida, não é solitária). Sobretudo no fato que, depois desse disco, o cavaquinho ficou tão carregado de uma postura rock’n’roll quanto qualquer guitarra da vida.
Recomendadíssimo.

1. Manguebit
2. A Bola do Jogo
3. Livre Iniciativa
4. Terra Escura
5. Saldo de Aratú
6. Uma Mulher com W... Maiúsculo
7. Homero, o Junkie
8. Rios (Smart Dugs), Pontes & Overdrives
9. Musa da Ilha Grande
10. Cidade Estuário
11. O Rapaz do B... Preto
12. Sob o Calçamento (se Espumar é Gente)
13. Samba Esquema Noise
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quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

FUNK/GROOVES

PULP FUSION VOL 7 - "The Harder They Come"

Mais um disco da série Pulp Fusion, pra quem curte um funkão-jazz de qualidade... Quer saber mais ? Vá até a sessão Funk/ Grooves de Dezembro.
Enjoy !

1. Straussmania (Slainas)
2. Electric frog part 1 (Kool and the Gang)
3. In the middle (Grant Green)
4. A joyful process (Funkadelic)
5. Smokin cheeba cheeba (Harlem Underground Band)
6. The fuzz and da boog (Fuzzy Haskins)
7. Corey died on the battlefield (The Wild Magnolias with The New Orleans Project)
8. Dirty red (The Fabulous Counts)
9. Dance (George Benson)
10. The watts breakaway (The Johnny Otis Show)
11. When she made me promise (The Beginning of the End)
12. Strung out (Gordon Staples and The Motown Strings)
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domingo, 13 de janeiro de 2008

FUNK METAL

RED HOT CHILI PEPPERS - "Mother's Milk" (1989)

"Mothers Milk" foi o primeiro disco do Red Hot Chili Peppers com a formação atual da banda (Anthony Kiedis, Flea, John Frusciante e Chad Smith). E também representa muito para o RHCP: "Mothers Milk" foi lançado após a morte do ex-guitarrista e melhor amigo de Anthony Kiedis, Hillel Slovak (inclusive, atras do encarte do CD há uma breve dedicatória).
John Frusciante foi contratado e se encaixou como uma luva à sonoridade da banda. Este álbum marca a entrada de Chad Smith no RHCP, após a saída do antigo baterista Jack Irons (que viria a ser baterista do Pearl Jam).
Com relaçao as faixas, todas são muito boas, com destaque para "Good Time Boys", "Knock Me Down" (tributo a Hillel Slovak), "Fire" (cover de Jimi Hendrix) e "Higher Ground".
Imperdível.
1. Good Time Boys
2. Higher Ground
3. Subway To Venus
4. Magic Johnson
5. Nobody Weird Like Me
6. Knock Me Down
7. Taste The Pain
8. Stone Cold Bush
9. Fire
10. Pretty Little Ditty

INFECTIOUS GROOVES - "Groove Family Cyco" (1994)

Essa banda é umas das prediletas da casa.... Funk pesadão e ótimos grooves.
Quer saber mais sobre Infectious Grooves ? Vá até o post de novembro, na mesma sessão !
Boa viagem...

1. Violent & Funky
2. Boom Boom Boom
3. Frustrated Again
4. Rules Go Out The Window
5. Groove Family Cyco
6. Die Lika Pig
7. Do What I Tell Ya!
8. Cousin Randy
9. Why?
10. Made It
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

JAZZ

CHET BAKER -"Love for sale"

Um improvisador lírico, autodidata e com reputação de badboy, se tornou o ícone do cool jazz da West Coast. Seu estilo combinava uma certa agitação nervosa com uma dose forte de sentimentalidade, particularmente nas baladas. Baker capturava não só a imaginação de amantes de jazz, mas de um público fascinado com seu estilo de vida e com a sua música.
O vício prolongado de heroína e as várias prisões que teve, fizeram com que sua carreira, em grande parte na Europa, tivesse que fugir das autoridades ou entrar em programas de recuperação através da metadona.
Um dos mais influentes trompetistas do Jazz.

1. The Route
2. Time After Time
3. Love For Sale
4. Well Spoken
5. If You Could See Me Now
6. Blues For a Reason
7. Looking Good Tonight
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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

AFROBEAT

FELA KUTI -"Yellow Fever/Na Poi" (1976)

Sonzêra. Talvez não exista modo mais apropriado de descrever o trabalho desse artista único, criador do gênero afrobeat. Trata-se de uma mistura de ritmos africanos com o soul e o jazz, pitadas de funk e letras recheadas de crítica social. Verdadeiro herói em seu país (Nigéria) e fonte de inspiração para músicos de várias vertentes da chamada "black music", Fela não só foi um músico genial, mas um cidadão combativo, engajado e, curiosamente, um conquistador nato, haja vista sua habilidade em administrar 16 esposas, as quais participavam harmonicamente de sua banda, na maior felicidade.
Infelizmente, Fela nos deixou em 1997, vítima da aids.

1. Yellow Fever
2. Na Poi
3. Na Poi (Part 1&2)
4. You No Go Die... Unless
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CHEIKH LO - "Bambay Gueej" (2000)

Apesar dos dreadlocks, Cheikh Lo não é rastafari e sim um muçulmano seguidor do Baye Fall, uma variação senegalesa do islamismo. Abandonou a escola para dedicar-se a guitarra, bateria e percussão e cantando em bambara, wolof e francês une ritmos cubanos, mbalax (forma de dança de tambores para celebrações Wolof) e jazz com os tradicionais africanos.A força de sua voz, as guitarras acústicas, o sabar ,os metais e flautas completam a miscelânea musical de Lô. Produzido por Youssou N'Dour, realizou concertos em toda a Europa e apresentou-se no Womad Festival, na Austrália e na Nova Zelândia.Em "Bambay Gueej", nota-se a influência da música cubana, do Congo e tradicionais de Burkina Faso, sua terra natal.

1. M'Beddemi
2. Jeunesse Senegal
3. N'Jarinu Garab
4. Bambay Gueej
5. N'Dawsile
6. Africaden
7. Bobo-Dioulasso
8. N'Dokh
9. Zikr
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BIOGRAFIA - MILES DAVIS (1926-1991)




THE BIRTH OF THE COOL

É amado e odiado em proporções enormes. É um dos jazzistas mais populares da história, só perdendo, talvez, para Armstrong (até mesmo os roqueiros mais incautos já ouviram ou leram seu nome em algum lugar). Revolucionou o gênero um punhado de vezes com suas viradas radicais de sonoridade. Com seu faro de líder, descobriu e cooptou alguns dos músicos mais importantes das últimas décadas. Criou um estilo próprio ao trompete, que até hoje rende imitadores/seguidores de melhor e de pior qualidade.

Ao mesmo tempo, o trompetista suscitou não poucos arroubos de ódio de outros jazzistas e de críticos. As mesmas revoluções sonoras que promoveu foram massacradas. A pecha de traidor do jazz por pouco não pegou nos anos setenta e oitenta. O que para os seus admiradores era inovação, para os detratores era o mais claro sinal de oportunismo. A personalidade de Miles pouco ajudou no juízo público: era uma pessoa desagradável, grosseira e, acima de tudo, racista. Em sua autobiografia (redigida por Quincy Troupe, atualmente fora de catálogo no Brasil), a palavra "brancos" é tão freqüente quanto "música". Quase sempre ela vem acompanhada de adjetivos pouco favoráveis, como "loucos", "putos" e "merdas". Miles foi um caso raro de negro americano que não passou necessidades durante a infância. Seu pai era um dentista bem conceituado em Chicago e um defensor radical dos direitos dos negros. Transmitiu ao filho o orgulho pela raça, mas também a intransigência. Como todos os grandes talentos, era contraditório até não poder mais.

Quando, no começo da década de 60, músicos como Ornette Coleman, Cecil Taylor e Don Cherry começaram a praticar uma música improvisada e sem limites formais, muitas vezes até atonais – o chamado free jazz –, Miles caiu em cima: "O pessoal engolia aquilo porque engole qualquer coisa que não entende se é bastante badalada. Quer estar na onda, quer sempre estar por dentro da coisa nova, para não parecer quadrado. Os brancos são especialmente assim, sobretudo quando um negro faz alguma coisa que eles não entendem. Não querem admitir que um negro faz alguma coisa da qual não sabem nada. Ou que ele possa ser um pouco mais – ou muito mais – inteligente que eles".

Estranho. Ainda mais vindo daquele que mais buscou novos caminhos para o jazz, mesmo que nem sempre tenha acertado. Em seus últimos anos de vida, por exemplo, Miles não acertou uma. Ele ficara sem pegar no trompete de 1975 até 1980. Os discos que gravou a partir daí são medíocres, tentativas constrangedoras de se aproximar da música pop que teve seu auge na versão de "Time After Time", hit de Cyndi Lauper registrado em You’re Under Arrest (1985). É verdade que ganhou um Grammy por Tutu (1986), mas o prêmio foi mais um consolo pela sua importância no passado que pela qualidade do disco, dominado, como todos dessa época, por sintetizadores aguados. A música insípida veio acompanhada de uma toda uma postura: Davis usava roupas de cores berrantes, sapatos chamativos, penteados moderninhos, Ferraris amarelas. Esse desejo de ser um popstar (mais as buscas pelas tendências, como o hip-hop, explorado em seu último álbum, Doo-Bop) fortaleceu os argumentos dos que o acusam de ser um mero oportunista.

Sim, ele gravou discos inacreditáveis, de tão ridículos. Sim, ele pagou incontáveis micos com as roupas coloridas e o desespero em ser popular. Só que, sem tudo isso, não seria Miles Davis. Sempre fez parte da sua personalidade a inquietude artística e a necessidade de se mover, de nunca estagnar musicalmente, e a indulgência sempre foi um risco a se correr. Ele tentou e errou, mas também tentou e acertou – muito, muito mais. Em sua primeira sessão de gravação como líder, em 1949, ele já foi revolucionário: criou o cool jazz em The Birth Of The Cool, vertente mais lenta e menos virtuosa do bebop de Charlie Parker e Dizzy Gillespie. O cool renderia nomes como Chet Baker, que por sua vez deságua na nossa bossa nova, e por aí vai...


O estilo elíptico de Miles ao trompete levou muitos críticos a dizerem que ele toca mal. Insanos, é óbvio: "No bebop, todo mundo tocava muito rápido. Mas eu jamais gostei de tocar um monte de escalas e essa merda toda. Sempre tentei tocar as notas mais importantes do acorde, decompô-lo. Eu ouvia os músicos tocando todas aquelas escalas e nunca nada que a gente pudesse lembrar". Durante os anos 50, ele montou seu primeiro grande quinteto, com destaque para o jovem John Coltrane.


No final da década, outras duas revoluções. A primeira na parceria com o maestro Gil Evans e a união de jazz, música erudita e sons latinos de Miles Ahead (1957), Porgy And Bess (1958) e Sketches Of Spain (1959). A outra revolução veio com Kind Of Blue (1959), seu trabalho mais famoso e um dos discos de jazz mais vendidos de todos os tempos. Aqui ele popularizou o modal, técnica de composição baseada em módulos, em vez de notas ou melodias, o que favorece a improvisação. Nos ensaios de Kind Of Blue, Miles levava apenas as bases das músicas, repetitivas e simples (ouça "So What"); a banda improvisava por cima. O disco inteiro surgiu desse processo.


O trompetista norte-americano Dave Douglas, talvez o principal herdeiro da inquietude artística de Miles, afirmou: "Uma das coisas mais fascinantes em Miles é que há pessoas que amam uma ou duas fases dele e detestam todas as outras. Ele devia estar fazendo alguma coisa certa". Em Miles, não há uma fase melhor; há fases favoritas.


O segundo quinteto é a mais completa banda de jazz que já tocou junta: Wayne Shorter (saxofone), Herbie Hancock (piano), Ron Carter (baixo) e Tony Williams (bateria). Com essa banda, Miles flertou com o jazz mais vanguardista, sem que as composições perdessem a forma. O entrosamento do quinteto era incrível. Nos shows, Hancock sentava em cima da mão esquerda, para que seus companheiros não pudessem descobrir para onde ele levaria a melodia. Williams, que entrou na banda com menos de 20 anos, criou escola com sua polirritmia. Carter era sólido como uma rocha. E Shorter contribuía com seu talento de compositor. São dessa época clássicos como "Footprints", "Masqualero", "Nefertiti" e "Prince Of Darkness".


Em 1968, Miles, influenciado pelo rock, parte para os instrumentos elétricos e promove sua última revolução no jazz. No ano seguinte sai o irretocável In a Silent Way e ele sai em turnê com o chamado "lost quintet", composto por Shorter, o baixista inglês Dave Holland (então com 22 anos), o pianista Chick Corea e o baterista Jack DeJohnette. Infelizmente essa banda não chegou a gravar em estúdio, mas os registros dos shows que fizeram mostram que eram quase tão bons quanto o segundo quinteto. Ainda em 1969 sai o famoso (e irregular) Bitches Brew, com participação do guitarrista John McLaughlin. A partir daqui, Miles levou a fundo as experimentações elétricas, flertando com o rock e o funk. Seus discos dos anos setenta são desiguais: há coisas excelentes (Get Up With It - 1972), outras cansativas e indulgentes (A Tribute To Jack Johnson - 1970).


Em 28 de setembro de 1991 o trompete de Miles silencia. Sua obra - vasta, multifacetada, evolutiva, desbravadora, ora hermética, ora lírica - irá certamente fornecer material para análise e motivo de puro deslumbramento para muitas gerações.


"No movimento moderno do jazz existem várias mansões, mas apenas quatro arquitetos: Charlie Parker, Duke Ellington, Dizzy Gillespie e Miles, o parceiro mais jovem. Esses foram os 4 cavaleiros do Apocalipse do jazz que começou nos anos 40 e acabou por transformar a música; novas complexidades substituíram velhas simplicidades e, no processo, o jazz cresceu".

Kenneth Tynan, A Vida Como Performance

DISCOGRAFIA

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

MPB/BOSSA NOVA

ALCEU VALENÇA - "7 Desejos" (1994)

Fascinado desde pequeno pelos repentistas de feira de sua cidade natal, São Bento do Una, Alceu Valença carregou durante toda sua carreira as influências adquiridas nos limites do sertão pernambucano.
Pioneiro no cruzamento das informações eletrizadas do rock e do pop com as matrizes rítmicas nordestinas, Alceu é tido também como um dos que equilibraram essas bases com maior competência durante toda a carreira.Em "Sete Desejos" segue uma linha mais acústica, com belas canções como " La Belle de Jour", "Tesoura do Desejo", "Desejo".

1. Papagaio Do Futuro-Vinheta
2. La Belle De Jour
3. Tesouro Do Desejo
4. Sete Desejos
5. Junho
6. Tomara
7. Bicho Maluco Beleza
8. Papagaio Do Futuro/Coco Das Serras
9. Desprezo
10. Respeita Januário
11. Desejo
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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

DISCÃO

RED HOT CHILI PEPERS - "Bloodsugarsexmagik" (1991)

Para começar, "Bloodsugarsexmagik" é um disco imprescindível na discoteca, por seu mérito histórico musical. Em 1991, o Red Hot Chili Peppers não era mais a novidade da temporada. Já tinham sete anos nas costas e problemas de gente grande que os amadureceram enquanto homens e músicos. Por outro lado, o frescor da juventude ainda era forte, fazendo pulsar a curiosidade e a ousadia. É justamente a mistura do "eu já sei" com o "eu quero saber" que Blood Sugar foi concebido.

A abertura do disco é um bom exemplo. "The Power of Equality" e "If You Have to Ask" são dois padrões do que se espera de melhor da banda: poderosos funks forrados de guitarras hipnóticas de Frusciante. Quando você se prepara para ouvir a terceira faixa, surge "Breaking the Girl", levada no violão, com vocais suaves e batidas primitivas.

As demais 14 músicas seguem nesse mesmo clima sinuoso, nos quais composições mais tradicionais ("Suck my Kiss", "Mellowship Slinky in B Major", "Naked in the Rain") se encaixam bem a temas nunca antes arriscados, como as baladas "Under the Bridge" e "I Could Have Lied". Funk virulento e metais de New Orleans em "Apache Rose Peacock", uma das melhores músicas já criadas pelo RHCP. Nas beiradas, a melhor safra de letras feitas por Anthony Kiedis e Cia. Da sacanagem juvenil à dor de cotovelo, funcionam sem forçar a credibilidade.

"Bloodsugarsexmagik" também é a matriz que deu ao mundo o maior hit do RHCP, a indefectível "Give it Away", e abriu os portões do mainstream para o quarteto. Isso sem contar que o CD original traz várias viagens artísticas, como a belíssima e original capa e o encarte com fotos assinadas pelo cineasta Gus Van Sant (Drugstore Cowboy, Elephant).

Completando com um tom mítico que torna "Bloodsugarsexmagik" básico na discoteca, nada como uma boa história de bastidores. Especialistas garantem que na casa na qual o álbum foi gravado, os Beatles tiveram sua primeira experiência com LSD. O guitarrista John Frusciante também disse ter visto fantasmas pelo local — há, inclusive, quem jure ouvir ruídos ou elementos estranhos em meio às músicas.

A carreira discográfica do Red Hot Chili Peppers é um pedaço de bolo. Uma base com quatro discos medianos ("Stadium Arcadium", "Californication","By the Way","One Hot Minute"). Uma cobertura de quatro ótimos discos ("The Red Hot Chili Peppers", "Freaky Styley", "Uplift Mofo Party Plan", "Mother's Milk). E exatamente no meio, o recheio com o disco perfeito: "Bloodsugarsexmagik".

1. The Power Of Equality
2. If You Have To Ask
3. Breaking The Girl
4. Funky Monks
5. Suck My Kiss
6. I Could Have Lied
7. Mellowship Slinky In B Major
8. Righteous and the Wicked, The
9. Give It Away
10. Blood Sugar Sex Magik
11. Under The Bridge
12. Naked In The Rain
13. Apache Rose Peacock
14. The Greeting Song
15. My Lovely Man
16. Sir Psycho Sexy
17. They're Red Hot
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quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

BOOGALOO/MAMBO/LATIN FLAVORS

PEREZ PRADO - "Twist Goes Latin" (1962)

Pianista, compositor e diretor de orquestra, Perez Prado nasceu em Cuba em 1916. Fez parte de diversas orquestras antes de, em 1944, realizar as primeiras experiências de incorporação de elementos da música norte-americana – principalmente o jazz – a ritmos e melodias afro-cubanas. Em 1947 foi para o México, onde deu início a sua orquestra e em 1951 compôs seu primeiro mambo, que alcançou grande sucesso no México e Estados Unidos.
A partir daí o Mambo substituiu a Rumba nas pistas de dança americanas e Perez ficou conhecido como El Rey del Mambo.
"Twist goes Latin" é um disco altamente dançante ! Boogaloo !!!!!!!!

1. Ti-Pi-Tin
2. The Twist of Hava Nageela
3. Sway (Quién Será)
4. Saigon
5. La Raspa
6. Venezuela Twist
7. Patricia
8. St. Louis Blues
9. Sabra
10. Cachita (Oyeme)
11. Anna
12. Cherry Pink and Apple Blossom White
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PUNK ROCK/HARDCORE

MINOR THREAT - "Punk is the only way" (1988)

Foi uma banda de Hardcore Straight-Edge (sXe) originada em Washington DC, EUA, no começo dos anos 80. O Minor Threat emergiu do cenário Hardcore de Washington e começou a "pregar" o Movimento Straight-Edge. A idéia do movimento era, e é, de que você não pode beber, não pode fumar nada, não pode usar drogas e não pode fazer sexo, pois só assim você terá tempo de pensar na sociedade e seus problemas.

1. Filler
2. I Don't Wanna Hear It
3. Seeing Red
4. Straight Edge
5. Small Man, Big Mouth
6. Screaming At A Wall
7. Bottled Violence
8. Minor Threat
9. Stand Up
10. 12XU
11. In My Eyes
12. Out Of Step (With The World)
13. Guilty Of Being White
14. Steppin' Stone
15. Betray
16. It Follows
17. Think Again
18. Look Back And Laugh
19. Sob Story
20. No Reason
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COCK SPARRER - "Guilty as charged" (1996)

São frequentementes associados à música Oi! e aos skinheads. Não devido ao racismo (qual não são simpatizantes) e sim devido a sua postura apolítica, amor pelo futebol e pelos valores conservadores tradicionais: defesa do seu território, patriotismo e trabalho duro. Basicamente, tentaram recuperar, de modo mágico, a tradicional comunhão da Working Class e o desgosto da banda com a cena punk inglesa.
O Cock Sparrer passou o final dos 80 e o início dos 90 parados, fazendo raras apresentações ao vivo e sem nenhum registro fonográfico. Até que em 1994 lançam o ótimo "Guilty As Charged" com grande pegada, inspiração e nos brindam com hinos como "Because Your Young", "Bird Trouble", "Tough Guys", "Don't Blame Us".
Um verdadeiro oásis no meio de um monótono deserto de hardcore melódico que assolava 94.

1. Get a Rope
2. Because You're Young
3. Bird Trouble
4. Don't Blame Us
5. Roads to Freedom
6. Last Train to Dagenham
7. I Fit Central Heating
8. Strip
9. Crack in the Mirror
10. We Know How to Live
11. Tough Guys
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REGGAE/RAGGA/DUB

EASY STARS ALL STARS - "Radiodread" (2006)

Este quarteto de músicos de reggae nova-iorquino fez um álbum bem legal com versões e remixes experimentais da banda Radiohead, com releituras reggaeiras de OK Computer, terceiro e mais famoso álbum da banda inglesa. E que fique bem lembrado: todas as faixas passaram, antes do fechamento do álbum, pelo crivo do Radiohead, e todas foram aclamadas com louvor pela banda!
Há quase quatro anos já tinham feito uma bem-recebida versão de The Dark Side Of The Moon, do Pink Floyd: Dub Side Of The Moon.
Boa viagem...

1. Airbag
2. Paranoid Android
3. Subterranean Homesick Alien
4. Exit Music (For A Film)
5. Let Down 6. Karma Police
7. Fitter Happier
8. Electioneering
9. Climbing Up The Walls
10. No Surprises
11. Lucky
12. The Tourist
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ROCK

MONSTER MAGNET - "Dopes to Infinity" (1995)


Esses locais de New Jersey se apropriam do bom rock’n’roll do passado com absoluta propriedade, o executam em versão turbinada e embaralham a cronologia e o conceito de "quem veio primeiro". Todas as composições de Dopes to Infinity são bem servidas de riffs envenenados, power chords, seqüencias atmosféricas e baladas dark, aparentemente saídos de algum arquivo secreto dos anos 70...
"Dopes to Infinity" oculta uma míriade de psicodelia, space rock e hard rock setentista.

1. Dopes to Infinity
2. Negsonic Teenage Warhead
3. Look To Your Orb For The Warning
4. All Friends And Kingdom Come
5. Ego, The Living Planet
6. Blow 'Em Off
7. Third Alternative
8. I Control, I Fly
9. King Of Mars
10. Dead Christmas
11. Theme From 'Masterburner'
12. Vertigo
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PRIMUS - "Brown Album" (1997)

O baixista e vocalista Les Claypool criou a banda Primus em 1984, em São Francisco, na Califórnia. No início, ele contava com o guitarrista Todd Huth, mas Larry Lalonde, que teve aulas de guitarra com Joe Satriani, o substituiu quase que de imediato. Faltava encontrar o baterista ideal e a tarefa não foi fácil. Foram sete tentativas, até que surgiu Tim “Herb” Alexander, que fechou o trio insano.
Considerada uma banda estranha e bizarra , é inegável que estes caras mudaram a cara do rock na década de 90, com seu talento e muita originalidade. A atenção do público e da crítica logo se voltou principalmente para as performances de Claypool, que se dividia no baixo e vocal. Como baixista, Claypool é considerado um dos melhores do mundo.


1. The Return Of Sathington Willoughby
2. Fisticuffs
3. Golden Boy
4. Over The Falls
5. Shake Hands With Beef
6. Camelback Cinema
7. Hats Off
8. Puddin' Taine
9. Bob's Party Time Lounge
10. Duchess And The Proverbial Mind Spread
11. Restin' Bones
12. Coddingtown
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SKA/SKA-JAZZ/ROCKSTEADY

ROTTERDAM SKA-JAZZ FOUNDATION - "Shake your Foundation" (2003)

Estes holandeses estão se consolidando como uma das grandes bandas de ska-jazz do momento.Pensava que seria mais uma daquelas bandas que se limitaria a "imitar" os máximos pioneiros deste estilo de música: o Dream Team do New York Ska Jazz Ensemble. Felizmente, estava redondamente enganado. Todas as músicas de "Shake your Foundation" tem um feeling muito jazzy, sobretudo visível nos sopros e na bateria, já que o baixo não usa muito a técnica típica do jazz – o walking bass.
Creio que a sonoridade deste álbum é ainda mais jazzy que a de New York Ska Jazz Ensemble, coisa que me surpreendeu e agradou bastante !

1. Dreyfuss Is Gone
2. Dubwinder
3. Lonely Dub
4. Lonely Man
5. Old Rocking Chair
6. Oublihorns
7. Pro Teba A.K.A Slaviska
8. Road To Kingston
9. Shot In the Dark
10. Snake Tie
11. The Sidewinder
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THE SLACKERS - " Redlight" (1997)

Os Slackers são apontados como a melhor banda de ska da atualidade em Nova York pelas conceituadas revistas Beat Magazine e African Beat. Na ativa desde 1991, Slackers têm um som inovador, misturando rock, soul music e blues, mas que, ao mesmo tempo, bebe direto nas raízes jamaicanas do ska, reggae e rocksteady . Simplesmente sensacional.

1. Cooking For Tommy
2. Watch This
3. Married Girl
4. I Still Love You
5. Soldier
6. Fried Chicken/Mary Mary
7. You Must Be Good
8. Redlight
9. Tin Tin Deo
10. She Wants To Be Alone
11. Rude And Reckless
12. Come Back Baby

RAP/HIP HOP

MARCELO D2 - "Eu tiro é onda" (1998)

Como D2 mesmo diz: "Não desisti da luta, apenas me juntei ao inimigo, por não conseguir vencê-lo", e a partir daí ,começou sua carreira solo em 1998, com o lançamento do seu primeiro álbum "Eu Tiro é Onda".
Gravado em seu estúdio caseiro por David Corcos e mixado em Nova York e Los Angeles por Carlos Bess e Mário Caldato Jr, esse álbum foi muito bem aceito pelo público e pelo movimento rap de São Paulo, pois era inovador e trazia nomes de respeito do rap do Rio de Janeiro e São Paulo, como Black Alien & Speed, Zé Gonzalez, Dj Nuts e BNegão.
1. Intro
2. 1967
3. Sessão
4. Eu tiro é onda
5. Mantenha o respeito 2
6. Samba de primeira
7. Fazendo efeito
8. O império contra ataca
9. Espancando o macaco
10. Eu tive um sonho
11. Encontro com Nogueira
12. Batucada
13. Baseado em fatos reais